quinta-feira, 7 de maio de 2009

O plano da ALL para a Brasil ferrovias

Para que ele funcione e dê resultado, o confronto entre duas culturas empresariais radicalmente opostas terá de ser superado

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Por Malu Gaspar
Nem bem a América Latina Logística (ALL) anunciou ao mercado a compra da Brasil Ferrovias, no final da tarde do último dia 9 de maio, e o telefone do diretor de commodities da empresa, Eduardo Peleissone, começou a tocar. "E aí, já posso mandar minha carga para Santos?", dizia a voz animada de um de seus geren tes, do outro lado da linha. O comentário dá uma idéia da importância da aquisição para a companhia controlada pelo grupo GP. Com a Brasil Ferrovias, a malha da ALL chega finalmente ao maior porto do país. Além disso, a empresa terá aumento de 25% na sua malha total, alcançando quase 21 000 quilômetros de trilhos. De uma só tacada, a ALL tornou-se dona da maior malha ferroviária do país, com acesso a mercados estratégicos -- caso das plantações de soja no Centro-Oeste brasileiro -- e a variadas oportunidades de novos negócios. Tudo seria perfeito, não fosse um único e primordial detalhe: o estado lastimável da Brasil Ferrovias. Em meio a um cenário de caos administrativo e gerencial, a empresa será um desafio mesmo para grupos como a ALL, acostumada a recuperar negócios quebrados para depois lucrar com eles.
A primeira providência nesse processo de recuperação já foi tomada. No dia seguinte ao anúncio da compra, Bernardo Hess, presidente da ALL, despachou uma equipe de 20 executivos e gerentes para a sede da Brasil Ferrovias, em Campinas, no interior de São Paulo. Esse grupo vai permanecer por lá pelos próximos seis meses e será a ponta-de-lança do processo de integração das duas empresas, previsto para ser concluído no início do ano que vem. A primeira providência já em operação é a revisão de todos os contratos da gestão anterior. Além disso, esse grupo de executivos vai detalhar como serão gastos os 400 milhões de reais reservados para a reorganização administrativa e financeira da empresa. Não se sabe ao certo o número, mas espera-se também uma grande quantidade de demissões. Só no ano passado, 1 000 pessoas foram contratadas pela Brasil Ferrovias, chegando a 3 500 funcionários, número considerado elevado demais diante da baixa produtividade da empresa. A ALL vai investir também 1 bilhão de reais na recuperação da malha da Brasil Ferrovias, na compra de novos vagões e em tecnologia. Hees espera ainda que outro bilhão seja aplica do por grandes clientes da empresa ferroviária, como as tradings Bunge e Cargill, na construção de armazéns e na infra-estrutura para carga e descarga.
A linha adotada por Hess faz parte de um planejamento que começou no início deste ano. Entre janeiro e março, alguns dos mesmos funcionários que hoje estão em Campinas viajaram nas locomotivas da Brasil Ferrovias, visitaram oficinas, conferiram a situação dos trilhos, pesquisaram as estratégias e a gestão da empresa. Produziram um relatório de 200 páginas sugerindo como recuperá-la. Foi esse relatório que baseou a decisão de oferecer aos acionistas da Brasil Ferrovias -- os fundos de pensão Previ e Funcef, além do BNDES -- 1,4 bilhão de reais em ações da ALL e assumir dívidas de 1,6 bilhão de reais com o BNDES. Hees não dá detalhes sobre o documento, embora reconheça que será necessário um "choque de gestão" na Brasil Ferrovias. "Sabemos que estamos comprando uma empresa em situação quase falimentar. Justamente por isso, a urgência de começar a virada é grande", diz o executivo.

Fonte:
http://portalexame.abril.com.br/degustacao/secure/degustacao.do?COD_SITE=35&COD_RECURSO=211&URL_RETORNO=http://portalexame.abril.com.br/revista/exame/edicoes/0868/negocios/m0081994.html

A recuperação das Ferrovias no Brasil

Carlos Antonio Farias de Souza

Quinta-feira - 03/04/2008 - 03h01

Carlos Antonio Farias de Souza - Presidente da Cooperhidro
A partir da recuperação da economia brasileira, os setores produtivos investem nas ferrovias reconhecendo neste modal uma alternativa para o escoamento de cargas, mesmo enfrentando desafios da reestruturação, modernização e situações adversas como a ausência de uma agenda estratégica nacional de integração de transportes, o que facilitaria a consolidação de um caminho para esse setor tão importante para o crescimento econômico e social.Com todos esses fatores, os resultados foram bons e as ferrovias de cargas do país fecharam o ano de 2007 com a produção recorde de 257,4 bilhões de TKU (tonelada por quilômetro útil transportada), com aumento de 10,8% em relação a 2006 e 104,5% maior que os 137,2 bilhões de TKU de 1997, ano da concessão da malha ferroviária do Brasil. No contexto destes números, a ALL (América Latina Logistcs), maior operadora em transportes ferroviários de cargas da América Latina e concessionária do trecho que corta a região noroeste paulista, divulgou também o seu crescimento de 10,1% nas suas operações em 2007, com um faturamento líquido de 216 milhões. São evoluções necessárias, onde as operadoras vêm impulsionando a inserção de novos tipos de cargas, principalmente contêineres que passaram de 3,459 TEU ("Twenty-feet equivalente unity" - unidade equivalente a um contêiner de 20 pés, seis metros de comprimento) em 1997 para 220.050 TEU em 2007. As ferrovias estão transportando um volume maior de cargas com uma gama maior de diversificação, e isso é muito positivo para os setores produtivos e para o desenvolvimento do país. Ao comemorar este crescimento de produção nas ferrovias, fica uma expectativa no Brasil em relação à solução dos problemas que sua malha ferroviária, que enfrenta vários problemas e que regionalmente vivenciamos nos últimos anos. Da recuperação e expansão da malha, eliminação dos gargalos, intermodalidade, aspectos de segurança, investimentos em tecnologia e capacitação de recursos humanos, ainda flui uma sensação de que essas ações, não estão sendo priorizadas em planejamentos e políticas de longo prazo. O modelo de concessão implantado nas ferrovias do país foi desordenado e carregado de problemas, sendo esses empurrados durante todos estes anos em vez de serem sanados. A expectativa é de que o PAC - Programa de Aceleração do Crescimento cooperado com a iniciativa privada, possa realmente promover os aportes necessários para que haja uma solução dos gargalos físicos, melhorando os índices de produtividade das ferrovias, reduzindo também os números de acidentes. Os investimentos das concessionárias ferroviárias no Brasil em 2007 foram da ordem de 3,5 bilhões e tudo leva a crer que estamos acordando para a importância dessa infra-estrutura de transportes, resgatando valores desse modal que é priorizado principalmente nos países desenvolvidos.

Fonte:
http://www.folhadaregiao.com.br/noticia?88356&PHPSESSID=2f1ef7915731d8f

terça-feira, 5 de maio de 2009

Boas e novas notícias nos trilhos da informação


Trem do Pantanal é reformado em Sorocaba


Cruzeiro On Line

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Divulgação Trem do Pantanal irá circular com cinco vagões de passageiros

Está em Sorocaba para reforma na estrutura interna, externa e mecânica, o Trem do Pantanal. De acordo com a ALL, a composição ficará pronta na próxima segunda-feira, quando parte para Campo Grande, passando por Bauru e Três Lagoas. A viagem inaugural acontece em 8 de maio, com a presença do presidente Lula e outras autoridades.
Iniciamente, o Trem do Pantanal irá circular com cinco vagões de passageiros, todos com ar condicionado, um vagão destinado ao restaurante e outro destinado a serviços gerais, incluindo a cozinha. É nesse vagão que estará acoplada a locomotiva.
Conforme afirmou a Serra Verde Express, concessionária responsável pela composição, a intenção é concluir, até o final de 2010, a manutenção da estrada de ferro entre Miranda e Porto Esperança, dando condições para que o Trem do Pantanal chegue a Corumbá.
Fonte:

O trem da vida

O trem da vida

Leonardo Boff

Deixemos os cenários sombrios sobre o futuro do Planeta. Vamos a estórias que falam do destino final da vida.Um trem corre veloz para o seu destino. Corta os campos como uma seta.Fura as montanhas. Passa os rios. Desliza como um fio em movimento. Lá dentro se desenrola todo o drama humano. Gente de todas as gentes. Gente que conversa. Gente que cala. Gente que trabalha em seu computador. Gente de negócios, preocupada. Gente que contempla serenamente a paisagem. Gente que cometeu crimes. Gente que é boa gente. Gente que pensa mal de todo mundo. Gente solar que se alegra com o mínimo de luz que encontra em cada pessoa. Gente que adora viajar de trem. Gente que por razões ecológicas é contra o trem. Gente que errou de trem. Gente que não se questiona; sabe estar no rumo certo e a que horas chega em sua cidade. Gente ansiosa que corre para os primeiros vagões no afã de chegar antes que os outros. Gente estressada que quer retardar o mais possível a chegada e se coloca nos últimos vagões. E absurdamente gente que pretende fugir do trem andando na direção oposta a ele. E o trem impassível segue o seu destino, traçado pelos trilhos. Despreocupadamente carrega a todos. A ninguém se furta. Serve a todos e a todos propicia uma viagem que pode ser esplendorosa e feliz. E garante deixá-los todos no destino inscrito em sua rota.Neste trem, como na vida, todos viajam gratuitamente. Uma vez em movimento, não há como fugir, descer ou sair. Pode se enfurecer ou se alegrar. Nem por isso o trem deixa de correr para o seu destino predeterminado e carregar a todos cortesmente. A graça de Deus - sua misericórdia, sua bondade e seu amor - é assim como um trem. O destino da viagem é Deus. O caminho é também Deus porque o caminho não é outro coisa que o destino se realizando passo a passo, metro a metro.A graça carrega a todos, os que são a favor e os que são contra. Com a negação, o trem não se modifica. Também não a graça de Deus. Só o ser humano se modifica. Pode estragar sua viagem. Mas não deixa de estar dentro do trem.Acolher o trem, enturmar-se com os companheiros de destino é já antecipar a festa da chegada. Viajar é já estar chegando em casa. A graça é "a glória no exílio, glória que é a graça na pátria" como diziam os antigos teólogos.Rechaçar o trem, correr ilusioriamente contra sua direção, de nada adianta. O trem suporta e carrega também a estes rebeldes, com toda a paciência, porque Deus se dá indistintamente a bons e a maus, a justos e a injustos.A vida como a graça é generosa para com todos. De tempos em tempos ela nos faz cair na realidade. Nesse momento - e sempre há o momento propício para cada pessoa humana - o recalcitrante percebe então que é carregado gentil e gratuitamente. De nada adianta sua resistência e revolta. O mais razoável é escutar o chamado de sua natureza e deixar-se seduzir pela oportunidade de uma viagem feliz.Nesse momento desfaz-se o inferno interior e irrompe gloriosamente o céu, a face humanitária de Deus. Descobre a gratuidade do trem, de todas as coisas e a presença de Deus. Há um destino bom para todos cada qual na sua medida.E tu, leitor e leitora, como viajas?- Leonardo Boff, Da Carta da Terra. Autor de Graça e experiência humana (Vozes)

Fonte:

http://alainet.org/active/10698&lang=es

sexta-feira, 1 de maio de 2009

ESTAÇÃO DIGITAL

Amigos,

Da amiga poeta e também blogueira, e também fã de trens, recebemos o texto: "Estação Digital". Durante a leitura, pode-se inferir que nessa estação o trem da história não parou e a cada dia novos passageiros da era digital embarcam para sua sobrevivência!

Novos tempos... aida bem!!!

Um abraço

Saulo

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Ela já não é mais cor-de-rosa, mas, mesmo assim não perdeu sua graça.
Está diferente esteticamente, e já não exerce a mesma função.

Felizmente não teve a sina de tantas outras que caindo no esquecimento pouco a pouco vão desmoronando e deixando nos escombros parte importante de nossa história ferroviária.

Reformada, de cara nova, ganhou um tom amarelado e cumpre um importante papel. Transformou-se em Estação Digital, beneficiando crianças ipueirenses de baixo poder aquisitivo, que têm hoje, a oportunidade de manusear um computador e apostar num futuro menos desigual.

Eu particularmente tenho grande apreço por esta estaçãozinha do interior. Durante muito tempo, meu avô, Gonçalo Ximenes Aragão foi Agente Ferroviário ou chefe de estação, como se costumava falar em Ipueiras, onde fez história e colocou os filhos nos mesmos trilhos.

Se hoje por falta de interesse dos governantes deste país, nosso trem saiu dos trilhos, tenho pelo menos, o conforto de saber, que numa cidadezinha do interior que se chama Ipueiras a fachada da história continua de pé, e que o barulho da sineta novamente será ouvido, e uma nova linha entrará em ação tendo como ponto de partida: A ESTAÇÃO DIGITAL.