Helena Guimarães Campos
Graduada e especialista em História
Mestre em Ciências Sociais
Autora de dissertação sobre os trens de subúrbio da Grande BH
Co-autora de "História de Minas Gerais" (Editora Lê)
Coordenadora do Núcleo Ferroviário da ONGTrem www.ongtrem.org.br
helenagcampos@yahoo.com.br
(31) 3422-2449/9131-0119
2008 dá início a duas décadas de comemorações. Os 200 anos da chegada da corte portuguesa ao Brasil (1808-2008) logo terão desdobramentos, pois nos próximos anos, cada uma das instituições criadas no Rio de Janeiro para adequar o Brasil à condição de sede do Império Português estarão a comemorar seu bicentenário. Sem dúvida, esse fato é digno de celebrações, pois marca o princípio do processo que levou à constituição do Estado brasileiro.
Contudo, muitas das grandes transformações pelas quais passou o Brasil no século XIX só tiveram lugar a partir da metade do século, quando inovações tecnológicas de toda ordem imprimiram mudanças radicais no cotidiano da população. Chegavam o telégrafo, o telefone, a fotografia, a navegação a vapor, a estrada de rodagem macadamizada, a energia elétrica e outras modernidades. Dentre essas, coube à ferrovia um papel de destaque. E, das muitas estradas de ferro brasileiras, nenhuma teve a relevância da Estrada de Ferro D. Pedro II, que com a República se transformou em Estrada de Ferro Central do Brasil. A comemoração de seus 150 anos de criação em 2008 também enriquece os estudos históricos produzidos nesse ano.
A principal ferrovia brasileira
Terceira ferrovia do país, a Estrada de Ferro D. Pedro II foi inaugurada em 29 de março de 1858. À época, já estavam em atividade a Imperial Companhia de Navegação a vapor e Estrada de Ferro de Petrópolis, conhecida como Estrada de Ferro de Mauá, inaugurada em 30/04/1854, e a Estrada de Ferro Recife ao São Francisco, de 09/02/1858. A primeira fora inaugurada com 14,5 km de linhas e a segunda, com 31,7 km. A EFDPII, partindo da corte imperial, abria ao tráfego 27 km que se multiplicariam para cumprir os termos do seu contrato que exigiam seu prolongamento até o Rio São Francisco, em Minas Gerais (Linha Centro ou linha principal), e até São Paulo (Ramal). Seu traçado estratégico - atendendo à corte e às três principais províncias e depois aos três estados mais ricos da federação e suas capitais - contribuiu para torná-la a principal ferrovia brasileira.
Simplificando a história dessa ferrovia, podemos dividi-la em sete fases que compreendem, inclusive, aqueles períodos em que, já extinta, teve sua malha ferroviária gerida por diferentes empresas:
História da Estrada de Ferro Central do Brasil (1858-2008)
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