sexta-feira, 8 de maio de 2009

Trens turísticos da Ferrovia Centro-Atlântica estão em plena fase de crescimento

O projeto foi inaugurado em maio de 2006, fruto de um investimento que reestabeleceu a ligação ferroviária entre Ouro Preto e Mariana

19 de Setembro de 2008. Publicado por Vininha F. Carvalho

São quatro locomotivas fabricadas entre 1908 e 1919 / FCA
Cerca de 95 mil pessoas circularam pelos dois trens turísticos operados pela Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), no primeiro semestre deste ano. O movimento de turistas e moradores no Trem da Vale, entre Ouro Preto e Mariana, e a Maria Fumaça São João Del Rei-Tiradentes, foi 18% superior ao registrado nos primeiros seis meses do ano passado.
Para o gerente de trens turísticos da FCA, Marcos Teixeira, vários fatores explicam o bom resultado. “O Trem da Vale é uma operação nova, tem dois anos e está em plena fase de crescimento. Somado a isso, temos o bom momento que a economia brasileira está passando, que permite as pessoas viajarem mais e o trabalho de divulgação em feiras de turismo e participação em eventos turísticos que temos feito este ano”, afirmou.
A FCA, empresa controlada pela Vale, opera trens turísticos desde 2001 e já investiu R$ 55,7 milhões nos dois projetos. Neste período quase um milhão de turistas foram transportados nas quatro cidades históricas mineiras.
Além dos trens turísticos a Vale é hoje a única operadora ferroviária de cargas do Brasil que mantém projetos de preservação da memória ferroviária: são dois museus – Museu da Ferrovia, em Vitória, e o Museu Ferroviário de São João Del Rei.
Trem da Vale
O Trem da Vale foi o destaque do período. Foram transportados 35 mil turistas viajando no trem, contra as 28,4 mil pessoas transportadas em período equivalente de 2007, um crescimento de 24,2%.
O projeto foi inaugurado em maio de 2006, fruto de um investimento de R$ 48,5 milhões, que reestabeleceu a ligação ferroviária entre Ouro Preto e Mariana por meio de um passeio de Maria Fumaça.
O Trem da Vale tem parcerias institucionais com a Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF), prefeituras de Mariana e Ouro Preto, Ministério do Turismo e Ministério da Cultura.
Para isso, foram reconstruídos 18,7 quilômetros de ferrovia, adequou-se quatro estações existentes no percurso e restaurou-se uma locomotiva a vapor e sete vagões de passageiros. Paralelamente, o projeto iniciou, também, um programa inédito no país relacionado à Educação Patrimonial e ao incremento da atividade turística na região.
Com capacidade para 300 passageiros sentados, o Trem da Vale funciona toda sexta-feira, sábado, domingo e feriados, com duas saídas diárias de Ouro Preto e duas de Mariana.
Desde o início da operação, o Trem da Vale já transportou cerca de 150 mil turistas entre as duas cidades históricas mineiras.
São João Del Rei
Os números da Ferrovia Centro-Atlântica, responsável pela operação e manutenção da Maria-Fumaça, mostram que nos seis primeiros meses deste ano cerca de 60 mil turistas fizeram o passeio, número 15% maior que o registrado no mesmo período de 2007, quando pouco mais de 52 mil turistas embarcaram para uma viagem ao passado.
O trecho ferroviário entre as duas cidades foi inaugurado em 1881, pelo imperador D. Pedro II, tem 12 quilômetros percorridos em 35 minutos pelo trem centenário. Desde que a FCA assumiu a operação da Maria-Fumaça entre São João Del rei e Tiradentes, em 2001, foram investidos R$ 7,2 milhões. No mesmo período foram transportados cerca de 900 mil turistas.
Com capacidade até 320 passageiros sentados, a Maria-Fumaça de São João Del Rei funciona toda sexta-feira, sábado, domingo e feriados, com duas saídas diárias de São João Del Rei e duas de Tiradentes.
São quatro locomotivas fabricadas entre 1908 e 1919, nos Estado Unidos, pela Baldwin Locomotive Works, que puxam até 11 vagões fabricados no século passado e foram restaurados para a realização dos passeios turísticos entre as duas cidades.
Além do passeio da Maria-Fumaça, no Complexo ferroviário de São João Del Rei, ainda é possível visitar o Museu Ferroviário, onde estão preservadas quatro outras locomotivas fabricadas entre 1880 e 1919, e a Rotunda (uma espécie de garagem de locomotivas) onde estão em exposição mais 10 locomotivas movidas à vapor alemãs e norte-americanas.
Qualquer dúvida sobre a operação dos trens turísticos da FCA podem ser esclarecidas por meio do serviço telefônico Alô Ferrovias – 0800 285 700. A Ligação é gratuita.
Horários e informações:
Os trens a vapor de São João Del Rei a Tiradentes, os únicos do mundo de bitola de 0,76 m, circulam às sextas-feiras, sábados, domingos e feriados nos seguintes horários:
Partida de São João: 10h e 15h
Partida de Tiradentes: 13h e 17h
O Trem da Vale também é puxado por uma locomotiva a vapor, fabricada em 1949, que circula às sextas-feiras, sábados, domingos e feriados nos seguintes horários:
Partida de Ouro Preto: 11h e 16h
Partida de Mariana: 9h e 14h
Museu Ferroviário de São João Del ReiVisitação: terça a domingo, de 9h às 11h e de 13h às 17h.Nos meses de Janeiro e Julho o trem circula de terça a domingo.

Fonte: Ernesto Batista / Assessoria de Imprensa FCA

Clique aqui para ler mais

Lista de ferrovias em operação no Brasil

Amigos,

Abaixo, um link que informa o leitor a respeito das linhas férreas ainda em operação.
É uma página interessante para se ter uma ideia de como anda esse transporte por aqui.
Sugiro ao leitor uma atenção especial para o transporte de passageiros de longa distância. Só temos DUAS linhas, em mais 8 milhões de quilômetros quadrados do território nacional.
Lamentável!!

LISTA DE FERROVIAS EM OPERAÇÃO NO BRASIL

quinta-feira, 7 de maio de 2009

O plano da ALL para a Brasil ferrovias

Para que ele funcione e dê resultado, o confronto entre duas culturas empresariais radicalmente opostas terá de ser superado

Publicidade
OAS_AD('Right1');

Por Malu Gaspar
Nem bem a América Latina Logística (ALL) anunciou ao mercado a compra da Brasil Ferrovias, no final da tarde do último dia 9 de maio, e o telefone do diretor de commodities da empresa, Eduardo Peleissone, começou a tocar. "E aí, já posso mandar minha carga para Santos?", dizia a voz animada de um de seus geren tes, do outro lado da linha. O comentário dá uma idéia da importância da aquisição para a companhia controlada pelo grupo GP. Com a Brasil Ferrovias, a malha da ALL chega finalmente ao maior porto do país. Além disso, a empresa terá aumento de 25% na sua malha total, alcançando quase 21 000 quilômetros de trilhos. De uma só tacada, a ALL tornou-se dona da maior malha ferroviária do país, com acesso a mercados estratégicos -- caso das plantações de soja no Centro-Oeste brasileiro -- e a variadas oportunidades de novos negócios. Tudo seria perfeito, não fosse um único e primordial detalhe: o estado lastimável da Brasil Ferrovias. Em meio a um cenário de caos administrativo e gerencial, a empresa será um desafio mesmo para grupos como a ALL, acostumada a recuperar negócios quebrados para depois lucrar com eles.
A primeira providência nesse processo de recuperação já foi tomada. No dia seguinte ao anúncio da compra, Bernardo Hess, presidente da ALL, despachou uma equipe de 20 executivos e gerentes para a sede da Brasil Ferrovias, em Campinas, no interior de São Paulo. Esse grupo vai permanecer por lá pelos próximos seis meses e será a ponta-de-lança do processo de integração das duas empresas, previsto para ser concluído no início do ano que vem. A primeira providência já em operação é a revisão de todos os contratos da gestão anterior. Além disso, esse grupo de executivos vai detalhar como serão gastos os 400 milhões de reais reservados para a reorganização administrativa e financeira da empresa. Não se sabe ao certo o número, mas espera-se também uma grande quantidade de demissões. Só no ano passado, 1 000 pessoas foram contratadas pela Brasil Ferrovias, chegando a 3 500 funcionários, número considerado elevado demais diante da baixa produtividade da empresa. A ALL vai investir também 1 bilhão de reais na recuperação da malha da Brasil Ferrovias, na compra de novos vagões e em tecnologia. Hees espera ainda que outro bilhão seja aplica do por grandes clientes da empresa ferroviária, como as tradings Bunge e Cargill, na construção de armazéns e na infra-estrutura para carga e descarga.
A linha adotada por Hess faz parte de um planejamento que começou no início deste ano. Entre janeiro e março, alguns dos mesmos funcionários que hoje estão em Campinas viajaram nas locomotivas da Brasil Ferrovias, visitaram oficinas, conferiram a situação dos trilhos, pesquisaram as estratégias e a gestão da empresa. Produziram um relatório de 200 páginas sugerindo como recuperá-la. Foi esse relatório que baseou a decisão de oferecer aos acionistas da Brasil Ferrovias -- os fundos de pensão Previ e Funcef, além do BNDES -- 1,4 bilhão de reais em ações da ALL e assumir dívidas de 1,6 bilhão de reais com o BNDES. Hees não dá detalhes sobre o documento, embora reconheça que será necessário um "choque de gestão" na Brasil Ferrovias. "Sabemos que estamos comprando uma empresa em situação quase falimentar. Justamente por isso, a urgência de começar a virada é grande", diz o executivo.

Fonte:
http://portalexame.abril.com.br/degustacao/secure/degustacao.do?COD_SITE=35&COD_RECURSO=211&URL_RETORNO=http://portalexame.abril.com.br/revista/exame/edicoes/0868/negocios/m0081994.html

A recuperação das Ferrovias no Brasil

Carlos Antonio Farias de Souza

Quinta-feira - 03/04/2008 - 03h01

Carlos Antonio Farias de Souza - Presidente da Cooperhidro
A partir da recuperação da economia brasileira, os setores produtivos investem nas ferrovias reconhecendo neste modal uma alternativa para o escoamento de cargas, mesmo enfrentando desafios da reestruturação, modernização e situações adversas como a ausência de uma agenda estratégica nacional de integração de transportes, o que facilitaria a consolidação de um caminho para esse setor tão importante para o crescimento econômico e social.Com todos esses fatores, os resultados foram bons e as ferrovias de cargas do país fecharam o ano de 2007 com a produção recorde de 257,4 bilhões de TKU (tonelada por quilômetro útil transportada), com aumento de 10,8% em relação a 2006 e 104,5% maior que os 137,2 bilhões de TKU de 1997, ano da concessão da malha ferroviária do Brasil. No contexto destes números, a ALL (América Latina Logistcs), maior operadora em transportes ferroviários de cargas da América Latina e concessionária do trecho que corta a região noroeste paulista, divulgou também o seu crescimento de 10,1% nas suas operações em 2007, com um faturamento líquido de 216 milhões. São evoluções necessárias, onde as operadoras vêm impulsionando a inserção de novos tipos de cargas, principalmente contêineres que passaram de 3,459 TEU ("Twenty-feet equivalente unity" - unidade equivalente a um contêiner de 20 pés, seis metros de comprimento) em 1997 para 220.050 TEU em 2007. As ferrovias estão transportando um volume maior de cargas com uma gama maior de diversificação, e isso é muito positivo para os setores produtivos e para o desenvolvimento do país. Ao comemorar este crescimento de produção nas ferrovias, fica uma expectativa no Brasil em relação à solução dos problemas que sua malha ferroviária, que enfrenta vários problemas e que regionalmente vivenciamos nos últimos anos. Da recuperação e expansão da malha, eliminação dos gargalos, intermodalidade, aspectos de segurança, investimentos em tecnologia e capacitação de recursos humanos, ainda flui uma sensação de que essas ações, não estão sendo priorizadas em planejamentos e políticas de longo prazo. O modelo de concessão implantado nas ferrovias do país foi desordenado e carregado de problemas, sendo esses empurrados durante todos estes anos em vez de serem sanados. A expectativa é de que o PAC - Programa de Aceleração do Crescimento cooperado com a iniciativa privada, possa realmente promover os aportes necessários para que haja uma solução dos gargalos físicos, melhorando os índices de produtividade das ferrovias, reduzindo também os números de acidentes. Os investimentos das concessionárias ferroviárias no Brasil em 2007 foram da ordem de 3,5 bilhões e tudo leva a crer que estamos acordando para a importância dessa infra-estrutura de transportes, resgatando valores desse modal que é priorizado principalmente nos países desenvolvidos.

Fonte:
http://www.folhadaregiao.com.br/noticia?88356&PHPSESSID=2f1ef7915731d8f

terça-feira, 5 de maio de 2009

Boas e novas notícias nos trilhos da informação


Trem do Pantanal é reformado em Sorocaba


Cruzeiro On Line

Tamanho do texto (somente para monitor):




Divulgação Trem do Pantanal irá circular com cinco vagões de passageiros

Está em Sorocaba para reforma na estrutura interna, externa e mecânica, o Trem do Pantanal. De acordo com a ALL, a composição ficará pronta na próxima segunda-feira, quando parte para Campo Grande, passando por Bauru e Três Lagoas. A viagem inaugural acontece em 8 de maio, com a presença do presidente Lula e outras autoridades.
Iniciamente, o Trem do Pantanal irá circular com cinco vagões de passageiros, todos com ar condicionado, um vagão destinado ao restaurante e outro destinado a serviços gerais, incluindo a cozinha. É nesse vagão que estará acoplada a locomotiva.
Conforme afirmou a Serra Verde Express, concessionária responsável pela composição, a intenção é concluir, até o final de 2010, a manutenção da estrada de ferro entre Miranda e Porto Esperança, dando condições para que o Trem do Pantanal chegue a Corumbá.
Fonte:

O trem da vida

O trem da vida

Leonardo Boff

Deixemos os cenários sombrios sobre o futuro do Planeta. Vamos a estórias que falam do destino final da vida.Um trem corre veloz para o seu destino. Corta os campos como uma seta.Fura as montanhas. Passa os rios. Desliza como um fio em movimento. Lá dentro se desenrola todo o drama humano. Gente de todas as gentes. Gente que conversa. Gente que cala. Gente que trabalha em seu computador. Gente de negócios, preocupada. Gente que contempla serenamente a paisagem. Gente que cometeu crimes. Gente que é boa gente. Gente que pensa mal de todo mundo. Gente solar que se alegra com o mínimo de luz que encontra em cada pessoa. Gente que adora viajar de trem. Gente que por razões ecológicas é contra o trem. Gente que errou de trem. Gente que não se questiona; sabe estar no rumo certo e a que horas chega em sua cidade. Gente ansiosa que corre para os primeiros vagões no afã de chegar antes que os outros. Gente estressada que quer retardar o mais possível a chegada e se coloca nos últimos vagões. E absurdamente gente que pretende fugir do trem andando na direção oposta a ele. E o trem impassível segue o seu destino, traçado pelos trilhos. Despreocupadamente carrega a todos. A ninguém se furta. Serve a todos e a todos propicia uma viagem que pode ser esplendorosa e feliz. E garante deixá-los todos no destino inscrito em sua rota.Neste trem, como na vida, todos viajam gratuitamente. Uma vez em movimento, não há como fugir, descer ou sair. Pode se enfurecer ou se alegrar. Nem por isso o trem deixa de correr para o seu destino predeterminado e carregar a todos cortesmente. A graça de Deus - sua misericórdia, sua bondade e seu amor - é assim como um trem. O destino da viagem é Deus. O caminho é também Deus porque o caminho não é outro coisa que o destino se realizando passo a passo, metro a metro.A graça carrega a todos, os que são a favor e os que são contra. Com a negação, o trem não se modifica. Também não a graça de Deus. Só o ser humano se modifica. Pode estragar sua viagem. Mas não deixa de estar dentro do trem.Acolher o trem, enturmar-se com os companheiros de destino é já antecipar a festa da chegada. Viajar é já estar chegando em casa. A graça é "a glória no exílio, glória que é a graça na pátria" como diziam os antigos teólogos.Rechaçar o trem, correr ilusioriamente contra sua direção, de nada adianta. O trem suporta e carrega também a estes rebeldes, com toda a paciência, porque Deus se dá indistintamente a bons e a maus, a justos e a injustos.A vida como a graça é generosa para com todos. De tempos em tempos ela nos faz cair na realidade. Nesse momento - e sempre há o momento propício para cada pessoa humana - o recalcitrante percebe então que é carregado gentil e gratuitamente. De nada adianta sua resistência e revolta. O mais razoável é escutar o chamado de sua natureza e deixar-se seduzir pela oportunidade de uma viagem feliz.Nesse momento desfaz-se o inferno interior e irrompe gloriosamente o céu, a face humanitária de Deus. Descobre a gratuidade do trem, de todas as coisas e a presença de Deus. Há um destino bom para todos cada qual na sua medida.E tu, leitor e leitora, como viajas?- Leonardo Boff, Da Carta da Terra. Autor de Graça e experiência humana (Vozes)

Fonte:

http://alainet.org/active/10698&lang=es