quinta-feira, 7 de maio de 2009

A recuperação das Ferrovias no Brasil

Carlos Antonio Farias de Souza

Quinta-feira - 03/04/2008 - 03h01

Carlos Antonio Farias de Souza - Presidente da Cooperhidro
A partir da recuperação da economia brasileira, os setores produtivos investem nas ferrovias reconhecendo neste modal uma alternativa para o escoamento de cargas, mesmo enfrentando desafios da reestruturação, modernização e situações adversas como a ausência de uma agenda estratégica nacional de integração de transportes, o que facilitaria a consolidação de um caminho para esse setor tão importante para o crescimento econômico e social.Com todos esses fatores, os resultados foram bons e as ferrovias de cargas do país fecharam o ano de 2007 com a produção recorde de 257,4 bilhões de TKU (tonelada por quilômetro útil transportada), com aumento de 10,8% em relação a 2006 e 104,5% maior que os 137,2 bilhões de TKU de 1997, ano da concessão da malha ferroviária do Brasil. No contexto destes números, a ALL (América Latina Logistcs), maior operadora em transportes ferroviários de cargas da América Latina e concessionária do trecho que corta a região noroeste paulista, divulgou também o seu crescimento de 10,1% nas suas operações em 2007, com um faturamento líquido de 216 milhões. São evoluções necessárias, onde as operadoras vêm impulsionando a inserção de novos tipos de cargas, principalmente contêineres que passaram de 3,459 TEU ("Twenty-feet equivalente unity" - unidade equivalente a um contêiner de 20 pés, seis metros de comprimento) em 1997 para 220.050 TEU em 2007. As ferrovias estão transportando um volume maior de cargas com uma gama maior de diversificação, e isso é muito positivo para os setores produtivos e para o desenvolvimento do país. Ao comemorar este crescimento de produção nas ferrovias, fica uma expectativa no Brasil em relação à solução dos problemas que sua malha ferroviária, que enfrenta vários problemas e que regionalmente vivenciamos nos últimos anos. Da recuperação e expansão da malha, eliminação dos gargalos, intermodalidade, aspectos de segurança, investimentos em tecnologia e capacitação de recursos humanos, ainda flui uma sensação de que essas ações, não estão sendo priorizadas em planejamentos e políticas de longo prazo. O modelo de concessão implantado nas ferrovias do país foi desordenado e carregado de problemas, sendo esses empurrados durante todos estes anos em vez de serem sanados. A expectativa é de que o PAC - Programa de Aceleração do Crescimento cooperado com a iniciativa privada, possa realmente promover os aportes necessários para que haja uma solução dos gargalos físicos, melhorando os índices de produtividade das ferrovias, reduzindo também os números de acidentes. Os investimentos das concessionárias ferroviárias no Brasil em 2007 foram da ordem de 3,5 bilhões e tudo leva a crer que estamos acordando para a importância dessa infra-estrutura de transportes, resgatando valores desse modal que é priorizado principalmente nos países desenvolvidos.

Fonte:
http://www.folhadaregiao.com.br/noticia?88356&PHPSESSID=2f1ef7915731d8f

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