Da mesma autora, ressaltamos o seguinte artigo:
Macuca X trem-bala
Não é por acaso que escrevi o livro “Terceiro Apito”. Mais uma vez o trem se faz notícia. Primeiro a inauguração, pela ministra do Turismo, Marta Suplicy, do trem de luxo Great Brazil Express (precisava ter o nome em inglês?) em abril, que faz a ligação entre Ponta Grossa e Cascavel. Depois a ministra Dilma Rousself anuncia a negociação de parceria com os E.U.A. para a construção de uma ferrovia bioceânica, ligando o Atlântico ao Pacífico. O trecho brasileiro compreenderia a malha entre a cidade de Paranaguá (PR) e Maracaju (MS). Aproveitando tais trilhos a ministra ainda anuncia a licitação, para fevereiro de 2009, da construção do trem-bala que ligará São Paulo, Rio de Janeiro e Campinas. O projeto faz parte do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
As novidades ferroviárias não param por ai. Ainda esta semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve em Contagem(MG) para fazer a entrega da nova locomotiva da empresa GE, primeira de grande porte a ser produzida no Brasil e afirmou que a empresa “marcou um gol extraordinário acreditando no potencial ferroviário brasileiro". Otimista, nosso governante ainda diz que o país poderá tornar-se um dos maiores exportadores mundiais. Mas se salva ao afirmar que para que isso aconteça, “precisamos de meios de transporte mais baratos”.
Toda essa “viagem” destaca a importância do transporte ferroviário e que o Brasil em breve voltará a “andar nos trilhos”. Então, permito-me, como cidadã apaixonada por trens e suas nostálgicas lembranças, questionar quando teremos o prazer de ouvir novamente o apito do trem aqui em nosso Vale do Itajaí. Tendo em vista as recentes notícias dos vagões da economia e da política, provado está que este “senhor de ferro” tem eficácia, segurança, utilidade e é um meio de transporte moderno, de primeiro mundo, com retorno econômico e turístico comprovado em países Europeus. Mais do que isso, a Associação de Preservação e Conservação das Ferrovias em Santa Catarina tem sofrido os percalços do descaso e da falta de consciência histórica por parte de alguns menos apaixonados pelas locomotivas. Então, se provado está que é uma alternativa moderna e econômica interessando comercial e turisticamente, por que não pedir aos governantes catarinenses que recriem os trilhos no caminho já existente e permitam a circulação da centenária “Macuca” (e outras preciosidades) nos embalando no seu doce chacoalhar, para que possamos cheirar a fumaça do passado em presente, renovando nosso turismo tão regado a tantos chopes? E ouvir novamente o chamado... PIUÍIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII!
Fátima Venutti
Autora da obra Terceiro Apito
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