segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Ferrovia Transiberiana é o destino dos sonhos para aventureiros e amantes dos trens







A Transiberiana, ou simplesmente Trans-Sib, é a ferrovia que atravessa o continente europeu para ligar a Rússia à China. Uma chance única de viagem para mochileiros e todos os tipos de aventureiros que desejam conhecer as terras russas como elas realmente são. O percurso introduz o passageiro, ao longo de sete dias a bordo do trem, aos campos abertos, à beleza da cadeia de montanhas que cercam o rio Ural e à natureza gélida da Sibéria e da região do lago Baikal.



O trajeto soma oito fusos horários distintos, territórios de 14 províncias e três repúblicas (Rússia, Mongólia e China). Os números grandiosos não param por aí: o passageiro cruza os 16 rios mais importantes da Eurásia: Vyatka, Volga, Kama, Tobol, Irtysh, Ob, Tom, Chyulym, Enisey, Oka, Selenga, Zeya, Bureya, Amur, Hor, Ussuri, além de incontáveis montanhas com os cumes cobertos de neve e povoados bucólicos, com casas encantadoras. Para os amantes da fotografia, um dos cenários mais apropriados para os cliques é a encosta do lago Baikal onde está localizada a estação Slyudyanka-1, cujo prédio é inteiro feito em mármore. A impressionante construção foi erguida em 1904 como um monumento em homenagem ao esforço dos trabalhadores que construíram a ferrovia.



A história desse enorme trajeto de trilhos começou em março de 1891, quando o futuro Czar Nicolau II e a Imperatriz Alexandra abriram a construção do segmento do Extremo-Oriente durante a sua passagem por Vladivostok, após a visita ao Japão no final da sua viagem à volta do mundo. A Trans-Sib também é famosa por sua numerosa quantidade de pontes (a maior de todas, sobre o rio Amur, tem 2.612 metros). Do ponto de partida (Moscou) até o ponto de chegada (Vladivostok) são 9.288 quilômetros de surpresas agradáveis.



Viajar de trem pela Rússia é acessível em comparação com outros destinos turísticos no velho continente. Um bilhete de segunda classe de Moscou para Irkutsk (4.000 km de viagem), no coração da Sibéria, sai por cerca de 100 dólares que dão direito a uma cabine com capacidade para quatro pessoas, com dois beliches. Devido às temperaturas que podem chegar aos 35 graus abaixo de zero no inverno, o ambiente é climatizado e um vagão-restaurante oferece vodka e pratos típicos. Nas paradas, é possível experimentar outras possibilidades gastronômicas, como as saborosas comidas típicas das vovós russas, as babushkas.



A alta estação turística da Transiberiana vai de maio até o fim de setembro, quando começam as nevascas na Rússia e na Mongólia. Entre os cuidados indispensáveis ao viajante, o primeiro é carregar um dicionário do idioma dos países por onde se planeja passar. Na Mongólia e na China as estações costumam ter pessoal fluente em Inglês, mas poucos funcionários das ferrovias russas têm esse diferencial. Os brasileiros precisam de visto para entrar na Rússia, na Mongólia e na China.



Se o turista decidir viver a experiência de dormir em um hotel no meio do caminho, poderá contar com conforto, apesar das distâncias e temperaturas intimidadoras. Os hotéis agradam a todos os bolsos, e neles é possível relaxar na banya sandunovskiye, uma típica sauna russa, e degustar caviar nos restaurantes por menos de US$ 10. Além desse precioso item da gastronomia, ao longo da Transiberiana, os estabelecimentos oferecem uma ampla variedade de peixes e frutos do mar trazidos direto dos rios siberianos e do Pacífico. As trutas defumadas, por exemplo, custam cerca de US$ 0,30. Os visitantes contam desde confortáveis e caros hotéis, até albergues ou pensões onde as diárias não passam dos US$ 5.



Uma genuína aventura é o que promete o roteiro transiberiano. Para os brasileiros, é recomendado procurar a ajuda de agências de turismo para cuidar dos detalhes burocráticos, como o visto, antes de embarcar rumo à Moscou. A brasileira Tchekhov e a russa G&R International são duas opções de empresas que oferecem esses serviços.

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