terça-feira, 21 de outubro de 2008

ESTAÇÃO DE TREM PROMOVE PROJETOS SOCIAIS E CULTURAIS PARA CIDADE

O processo de revitalização do Comércio aos pouco se consolida com a realidade do local. Ainda, com inúmeras deficiências entre o processo de liberação do alvará de construção, expedido pelo IPHAN, a utilização do solo pela prefeitura e a preservação das fachadas dos casarões, alguns projetos se consolidam, como faculdades, hotéis de luxo, revitalização do Mercado Modelo e a vinda de alguns órgãos públicos para região.



Um projeto especial (Verde Trem) apresentado ao Fórum Estadual Baiano de Turismo, em Outubro de 2007 pretende levar para a cidade de Salvador, a construção de um “Trem Turístico de Cultura e a Vapor Ecológico” direcionado para a área turística. O projeto foi chancelado e habilitado para captação de recursos junto ao Ministério do Turismo. O idealizador do projeto “Verde Trem” é Gilson Jesus Vieira coordenador da Ong “Movimento Trem de Ferro”.



No projeto, inicialmente, o percurso será realizado das Docas até Mapele. A composição será formada de uma Locomotiva a vapor, 01 (um) carro restaurante, 03 (três) carros sonorizados com espaço adequado para show ao vivo com o trem em movimento, 02 (dois) carros climatizados com poltronas convencionas e 01 (um) para gerador de energia elétrica, sanitários, materiais, bagagens, etc. Podendo ser o primeiro trem de todos os tempos com uma locomotiva do século XIX a vapor, movido com combustíveis ecológicos modernos: Biodiesel e Gás Natural Veicular.



Gilson diz que a Emtursa tem sinalizado interesse e o objetivo principal é resgatar essa área de grande potencial explorando a paisagem do percurso do trem e a cultura local, ou seja, projetar o que a Bahia tem de mais forte em termo de cultura, culinária e iguarias. A gerente de Turismo da Emtursa questiona que esse é um projeto um pouco longe da realidade, mas, quando o Ministério do Turismo liberar as verbas a Emtursa tomará as medidas cabíveis para adequação do projeto a estrutura da cidade. “O Ministério do Turismo precisa liberar as verbas para restaurar os trens e os trilhos e isso leva tempo. E em relação aos trilhos seria da Calçada até a Paripe por questão estrutural.” diz a gerente.



O projeto foi estimado no valor de R$ 1.315 milhões sendo realizada uma vasta pesquisa de campo em outras regiões do Brasil, em que deram certo. Em cidade como São Paulo foi realizado o trecho de Campinas a Juguariúna; em Minas Gerais, a Maria Fumaça(São João Del Rei a Tiradentes); Piratuba , antiga Estação Rio do Peixe (430m.) da histórica estrada de Ferro SP- Rio Grande que foi feito um estudo de valores no Sul do país em que esses projetos estão consolidados. Os preços variam de R$ 100 à 150 reais. Aqui custará em torno de R$ 20 à 50 reais.



O coordenador do Movimento Trem de Ferro Gilson Jesus Vieira, diz “Também realizamos projetos, como, “Retrilhar educando” que consistem em promover debates e palestras em escolas de primeiro e segundo graus, faculdades, empresas, câmaras municípais, etc. Inicialmente em Salvador e região metropolitana, desenvolvendo os temas: transporte, meio ambiente e cidadania para estimular a participação mais ativa dos cidadãos nos encaminhamentos e decisões dos governos municipais, estadual e federal” diz o coordenador.



Esse projeto atenta no envolvimento de estudantes de nível médio e superior para a consciência na contribuição da sociedade levando para eles a importância histórica, geográfica e sociológica das redes ferroviárias junto com o crescimento econômico do país. Já participaram várias escolas entre públicas e particulares. Recentemente, o Colégio Maristas, os contactaram para levar os estudante que nunca andaram de trem. Gilson também realiza o projeto “VER DE TREM”, junto com o Grupo Ecológico GERMEN, onde vem buscando estimular o debate na sociedade sobre a importância do transporte ferroviário e preservação ambiental, estimulando o desenvolvimento turístico e cultural, principalmente do Recôncavo Baiano, fazendo-se promover a integração entre seus Municípios.




História

A princípio, a maioria dos passageiros para o subúrbio era veranista, ocorrendo um grande movimento nos meses de novembro a março. Os moradores das pequenas concentrações suburbanas, localizadas principalmente em Plataforma, São Brás e São João, tinham que se deslocar em canoas, até a Ribeira, onde tinham acesso aos bondes e mais tarde aos ônibus. Com o aumento desses núcleos suburbanos, surgiu a necessidade de se criarem trens cuja circulação se limitasse àquela área.



Em 1949, aumentou a circulação dos trens, sendo necessário duplicar a linha e construir um segundo túnel de 70 m, adjacente a outro já existente em Periperi. Em 1952, com a construção da Ponte de São João, o percurso foi reduzido de 15 para 13,7 Km. Atualmente os trens ligam o bairro de Paripe à Calçada, transportando diariamente 18 mil passageiros.



Vale a pena observar que Salvador é a única metrópole brasileira servida por trens de passageiro com o menor percurso, comparando-a às demais. Para sentirmos a diferença do tratamento dado à ferrovia em outros países, podemos citar entre alguns, a Alemanha, na Europa, que detém mais de 20 mil quilômetros de estradas de ferro, mesmo sendo pouco menor em dimensões territoriais que o Estado da Bahia, que possui aproximadamente apenas 1.600km somente para cargas.

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