quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Macuca X trem-bala

Amigos,

Transcrevo, abaixo, mais um artigo publicado nos jornais de Santa Catarina pela autor: Fátima Venutti.

Um abraço

Saulo

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Macuca X trem-bala

Não é por acaso que escrevi o livro “Terceiro Apito”. Mais uma vez o trem se faz notícia. Primeiro a inauguração, pela ministra do Turismo, Marta Suplicy, do trem de luxo Great Brazil Express (precisava ter o nome em inglês?) em abril, que faz a ligação entre Ponta Grossa e Cascavel. Depois a ministra Dilma Rousself anuncia a negociação de parceria com os E.U.A. para a construção de uma ferrovia bioceânica, ligando o Atlântico ao Pacífico. O trecho brasileiro compreenderia a malha entre a cidade de Paranaguá (PR) e Maracaju (MS). Aproveitando tais trilhos a ministra ainda anuncia a licitação, para fevereiro de 2009, da construção do trem-bala que ligará São Paulo, Rio de Janeiro e Campinas. O projeto faz parte do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
As novidades ferroviárias não param por ai. Ainda esta semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve em Contagem(MG) para fazer a entrega da nova locomotiva da empresa GE, primeira de grande porte a ser produzida no Brasil e afirmou que a empresa “marcou um gol extraordinário acreditando no potencial ferroviário brasileiro". Otimista, nosso governante ainda diz que o país poderá tornar-se um dos maiores exportadores mundiais. Mas se salva ao afirmar que para que isso aconteça, “precisamos de meios de transporte mais baratos”.
Toda essa “viagem” destaca a importância do transporte ferroviário e que o Brasil em breve voltará a “andar nos trilhos”. Então, permito-me, como cidadã apaixonada por trens e suas nostálgicas lembranças, questionar quando teremos o prazer de ouvir novamente o apito do trem aqui em nosso Vale do Itajaí. Tendo em vista as recentes notícias dos vagões da economia e da política, provado está que este “senhor de ferro” tem eficácia, segurança, utilidade e é um meio de transporte moderno, de primeiro mundo, com retorno econômico e turístico comprovado em países Europeus. Mais do que isso, a Associação de Preservação e Conservação das Ferrovias em Santa Catarina tem sofrido os percalços do descaso e da falta de consciência histórica por parte de alguns menos apaixonados pelas locomotivas. Então, se provado está que é uma alternativa moderna e econômica interessando comercial e turisticamente, por que não pedir aos governantes catarinenses que recriem os trilhos no caminho já existente e permitam a circulação da centenária “Macuca” (e outras preciosidades) nos embalando no seu doce chacoalhar, para que possamos cheirar a fumaça do passado em presente, renovando nosso turismo tão regado a tantos chopes? E ouvir novamente o chamado... PIUÍIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII!

Fátima Venutti
Autora da obra Terceiro Apito

Museu Ferroviário: chegou a hora do bom senso

Amigos,

Transcrevo mensagem recebida a respeito da polêmica do Museu de Araraquara.

Um abraço a todos.

Saulo

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Museu Ferroviário: chegou a hora do bom senso

No dia 23 de novembro, a Tribuna publicava neste espaço de opinião o editorial "Museu Ferroviário: retrato de uma era e motivo de orgulho". Naquele texto, procurávamos sintetizar a importância da iniciativa para a cidade, a realização de um sonho de décadas, a preservação da memória, a perpetuação da história daqueles que construíram o município e escreveram nosso passado.
Mostrávamos as dificuldades para a consecução da obra, o investimento modesto diante da relevância do museu, mas ressaltávamos, principalmente, seu significado: "Para nossos filhos e gerações futuras, para o imenso grupo de ferroviários que compartilharam a história, o museu deve ser, antes de tudo, motivo de orgulho".
Em sã consciência, nenhum araraquarense tem dúvidas sobre o valor da iniciativa da Prefeitura. Esta não é a discussão. O museu vai passar a fazer parte do nosso dia-a-dia, vai receber estudantes e turistas, vai mostrar aos visitantes o inestimável valor de uma era. Trata-se de um patrimônio e ponto final.
Nas últimas três semanas, porém, o debate sobre as alterações inadequadas no prédio histórico da estação - das quais já falávamos naquele editorial de 23 de novembro - esquentou de tal forma que deu margem a episódios de completo nonsense. A questão principal foi a descaracterização do hall de entrada do edifício com a construção de uma escada e de um elevador para facilitar a mobilidade de idosos e dificientes físicos. Ora, alguém tem dúvida sobre a necessidade de facilitar a vida de idosos e deficientes? Claro que não. Mas aquela solução "arquitetônica" era a única possível? Claro que não.
A partir de um artigo indignado do escritor araraquarense Ignácio de Loyola Brandão, também colunista deste jornal, a respeito do desrespeito ao edifício original e em defesa do patrimônio, a discussão pegou fogo e deu margem para manifestações esdrúxulas e argumentações sem sentido, incluindo "subdebates" sobre preconceito, sobre questões de gênero humano e sobre quem nasceu onde e quem mora ou não mora na cidade.
A troca de opiniões em si é saudável e as páginas deste jornal _ como a população testemunhou - estão abertas a isso, ainda que algumas ilações tenham deteriorado o entendimento do tema central. Dentre as muitas manifestações dos últimos dias neste espaço, houve também posições ponderadas de especialistas, como a dos representantes da Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF). Em uma série de matérias, a repórter Luciana Mendonça seguiu de perto a polêmica para o caderno TÔ!Ligado, ouviu arquitetos, historiadores, artistas e muitos representantes da cena cultural da cidade. As reportagens e entrevistas foram publicadas ao longo dos últimos 15 dias, agora também fazem parte da história e serviram para ajudar os leitores a formar uma opinião.
Mas a verdade é que, depois de tanta discussão, incluindo alugmas ofensas descabidas, o centro da polêmica - a tal escada no hall e o elevador - poderia parecer um caso sem solução. E não é. No momento em que o Governo Municipal entender que todos aplaudimos a criação do museu, que a iniciativa vai entrar para a história desta Administração, mas que, em nome do patrimônio cultural e da memória, o prédio da estação precisa conservar suas características, não haverá mais dificuldades. Arquitetos competentes, provavelmente no contexto do próprio projeto da Prefeitura, vão achar outro espaço para a escada e o elevador - já que os especialistas garantem que é possível. E tudo estará resolvido. Trata-se agora, de querer resolver a questão ou insistir em uma troca de acusações, que incluem delírios ideológicos e vaidades que escondem profunda falta de espírito público. E evitar recaída do autoritarismo que vimos na raiz de várias trombadas recentes, sempre do mesmo tipo: eu sei o que é bom para a população, "eu decido e pronto".

Terceiro Apito


Amigos,

é com satisfação que deixo indicado, neste espaço, um trabalho muito interessante de nossa Amiga: Fátima Venutti (lembrando que e autora tem outras obras).


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Abaixo informações mais detalhadas:


“Terceiro Apito” – Fátima Venutti
(obra bilíngüe – português/ espanhol) – 2008– Ed. Nova Letra (Blumenau/ SC), 96 pág. O livro traz a nostalgia das viagens de trem vividas pela autora em sua infância em visitas ao avô e parentes no interior de São Paulo. São contos e crônicas que levarão o leitor a uma viagem pelos trilhos e dormentes da década de 70 e faz o resgate de fatos pitorescos, brindando o leitor com a magia do apito do trem.
O projeto gráfico e capa de Terceiro Apito, criados pelo publicitário Sidnei Speckart, traz uma obra do artista blumenauense Telomar Florêncio e encarte surpresa. O prefácio é do publicitário, colunista e também aficionado por trens, Cao Hering.:
Valor: R$ 20,00

As obras encontram-se disponíveis nas Livrarias Cultura / Catarinense dos seguintes endereços:
São Paulo – SPLoja• Shopping Aricanduva (Arco 201) Fone (11) 3019-4900
Curitiba – PRDistribuidora• Rebouças (Av. Marechal Floriano Peixoto, 1762 - com estacionamento gratuito) Fone (41) 3330-5000
Lojas• Shopping Palladium (Piso L2) Fone (41) 3330-6777 • ParkShopping Barigüi (loja 169) Fone (41) 3330-5185• Rebouças (Av. Marechal Floriano Peixoto, 1742) Fone (41) 3330-5109 • Rua das Flores (Av. Luiz Xavier, 78) Fone (41) 3330-5133• Rua XV de Novembro, 870 Fone (41) 3330-5035 • Shopping Curitiba (Piso L1) Fone (41) 3330-5182 • Shopping Estação Fone (41) 3330-5118 • Shopping Müeller (Piso Cândido de Abreu) Fone (41) 3330-5042
Blumenau – SCLoja• Shopping Neumarkt (piso térreo - loja 69) Fone (47) 3144 9100
Camboriú – SCLoja• Balneário Camboriú Shopping Fone (47) 3263-8512
Florianópolis – SC Distribuidora • Estreito ( Rua João Cruz Silva, 113) Fone (48) 3271-6014
Lojas • Beiramar Shopping (piso Joaquina - lojas 247 e 248) Fone (48) 3271-6030• R. Felipe Schmidt (Centro) Fone (48) 3271-6036
Porto Alegre –RS Loja • Shopping Iguatemi (loja 210) Fone (51) 3328-5161 Contatos e/ou pedidos direto com a autora: venuttiana@hotmail.com

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Pequenas lições de democracia

De Alex Meuman, recebemos o texto transcrito abaixo.

Saulo

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quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Pequenas lições de democracia

Sobre a polêmica em relação à obra na Estação Ferroviária, futura sede do Museu Ferroviário de Araraquara, gostaria de fazer algumas considerações. Primeiro, em nenhum momento foi dito que o museu não deveria ser reaberto, pelo contrário, como 75% das cidades do Estado cresceram graças às ferrovias é justo que conheçamos o nosso passado e que sua memória seja preservada para sabermos de onde viemos e o que desejamos. Segundo, ninguém questiona a necessidade da escada e do elevador para garantir a acessibilidade e a segurança dos visitantes do museu, que deve ser um local de conhecimento, de preservação e de respeito à diversidade. O que se discute são as possibilidades de instalação destes dois itens em locais que não descaracterizariam o saguão da estação. Portanto, tentemos não desviar o assunto para uma possível discriminação contra idosos ou pessoas com deficiência, porque este nunca foi um ponto de divergência. Por fim, ninguém questiona os pontos positivos, e são muitos, da gestão que o Senhor Edinho Silva fez pela cidade, principalmente em relação à cultura, mas daí a ouvir da boca do prefeito que, quando a estação foi entregue à prefeitura ela estava destruída e houve um esforço brutal de sua gestão para a recuperarem, talvez seja necessário relembrar alguns fatos. Durante os anos de 1998 a 2006, quando a estação estava ainda em mãos da ALL, ela foi protegida dia e noite pelos seguranças da empresa. A partir do momento em que a estação foi passada às mãos da Prefeitura, a vigilância foi retirada e a estação foi abandonada pelo governo, passando a ser freqüentada por viciados e moradores de ruas, que urinavam, defecavam e faziam fogueiras com os móveis restantes na estação para se protegerem do frio. Infelizmente esta história ocorreu ainda durante a gestão do prefeito Edinho Silva. Portanto, nenhum favor à população; pelo contrário, ele está cumprindo o seu papel enquanto governo ao recuperar o que o descaso de sua própria gestão deixou que fosse destruído.
Fui testemunha, como moradora de outras cidades, de muitas prefeituras geridas pelo PT que se destacaram pela louvável gestão e atenção aos quesitos culturais e educacionais. Com Edinho Silva não é diferente. Porém, enquanto moradora de Araraquara e eleitora, também percebo que, como tantos outros partidos, o desespero por inaugurar a maior quantidade de obras possíveis, usando dinheiro público, mas de forma muitas vezes pouco cuidadosa e sem critérios, como foi o caso da Estação Ferroviária, também me preocupa, enquanto cidadã, contribuinte e repórter cultural. A obra merecia sim, ter seu projeto desenvolvido com base em pesquisa criteriosa sobre estações ferroviárias, além de uma consulta a órgãos competentes e renomados no setor. Ao contrário do que muitos andam afirmando, isso não se trata de uma briga política, elitista ou de egos. Faz parte do papel da imprensa cobrar e denunciar os rumos dados ao dinheiro público e ao patrimônio histórico de uma cidade. A população e os órgãos competentes têm o direito de questionar, opinar e criticar. Isso tem um nome: chama-se democracia. *Jornalista Luciana Mendonça
Transcrito do jornal TRIBUNA IMPRESSA (Araraquara)

A ABPF e o Museu Ferroviário

MATÉRIA PUBLICADA NO JORNAL TRIBUNA IMPRESSA 13/12/2008
A ABPF e o Museu Ferroviário

GERALDO GODOY*

Quero, de público, em nome de todos os companheiros que lutam pela preservação do patrimônio ferroviário brasileiro, cumprimentar a jornalista Luciana Mendonça, pelo seu artigo intitulado "Pequenas lições de democracia", publicado na Tribuna Impressa de 11 de dezembro último.
O artigo de Luciana Mendonça foi brilhante, indo diretamente ao âmago da questão.
Durante toda essa polêmica sobre a questão da escada e do elevador, que, aliás, poderia ter sido facilmente resolvida desde o início com simples e edificantes palavras como: "Realmente nós erramos ao fazer essa intervenção e vamos fazer todo o possível para reparar esse equívoco".
Pronto. Estaria encerrado o assunto. Sem a necessidade fazer exatamente o contrário e sair atacando aqueles que se sentiram indignados com o que foi feito. E o que é pior, utilizando desculpas as mais esdrúxulas, como colocar a culpa nos Bombeiros ou contra-atacar alegando que o prédio da estação estava destruído por culpa de administrações passadas, o que não é verdade.
Um administrador público mostra sua verdadeira grandeza quando dá um exemplo de humildade, reconhecendo o que foi feito de errado.
Isso é outra pequena lição de democracia.
Nós, da ABPF – Associação Brasileira de Preservação Ferroviária decidimos apoiar o Museu Ferroviário fornecendo o nosso acervo que irá compor o seu recheio cultural.
Esse apoio está vindo mesmo depois de, durante anos, termos sido esquecidos, marginalizados, desprezados e nunca citados em nenhum momento sempre que se tratou desse acervo museológico, o qual era considerado como não sendo da ABPF e estaria à disposição a qualquer tempo e a qualquer hora. Isso foi sempre um grande equívoco.
Apesar desse tratamento recebido, decidimos, sim, apoiar o museu ferroviário porque ele faz parte dos objetivos culturais e estatutários da nossa associação e porque somos defensores da preservação da memória e da história ferroviária do nosso país.
O nosso ideal preservacionista e a nossa conduta ética falam mais alto do que qualquer desaforo recebido.
É bom que todos saibam que a ABPF não é principiante em matéria de museus ferroviários. Ela já implantou e administra vários museus, como o de Jaguariúna (SP), o de São Paulo (no Memorial do Imigrante), o de Rio Negrinho (SC), o de Piratuba (SC), o de Curitiba (PR), o de Soledade de Minas (MG), o Museu da Sinalização Ferroviária (Rio de Janeiro), o da pequenina Trabiju (SP, em parceria com a prefeitura) e o maior de todos: o Museu da Tecnologia Ferroviária (em Paranapiacaba). São ao todo nove museus.
E a jóia da coroa ainda está por vir. Ela será o Museu Aberto da Ferrovia, em São Paulo. Um superprojeto que está sendo desenvolvido pela ABPF e que conta com o apoio do Governo do Estado e da Prefeitura de São Paulo.
Fora os museus estáticos, a ABPF também tem os seus Museus Dinâmicos representados pelas ferrovias turístico-culturais implantadas e operadas pela associação, que levam o visitante a uma verdadeira viagem ao passado através do trem. Ao todo são oito ferrovias.
A ABPF é também detentora do maior acervo de material rodante ferroviário histórico do Brasil e um dos maiores do mundo.
Tudo isso preservado, com muita ética e respeito, e devolvido ao público como era no passado. Graças ao trabalho voluntário dos associados.
Esse trabalho digno e grandioso - um magnífico exemplo de cidadania - é reconhecido em todo o Brasil e também no exterior, já que nossa entidade é filiada a outras associações internacionais.
Esse é o grande mérito da ABPF que gostaríamos que fosse reconhecido também aqui.
Escadas e elevadores à parte, mesmo porque não abriremos mão do direito de criticar e de, um dia, resolver esse problema, vamos, enquanto ABPF, cumprir a nossa missão e nos engajar de corpo e alma no Museu Ferroviário de Araraquara.
Podem ter certeza que faremos tudo para ter em nossa cidade um Museu da mais alta qualidade cultural.


*Assessor de Relações Públicas da
ABPF (Associação Brasileira de
Preservação Ferroviária)

Macuca x Trem-bala

Da mesma autora, ressaltamos o seguinte artigo:

Macuca X trem-bala

Não é por acaso que escrevi o livro “Terceiro Apito”. Mais uma vez o trem se faz notícia. Primeiro a inauguração, pela ministra do Turismo, Marta Suplicy, do trem de luxo Great Brazil Express (precisava ter o nome em inglês?) em abril, que faz a ligação entre Ponta Grossa e Cascavel. Depois a ministra Dilma Rousself anuncia a negociação de parceria com os E.U.A. para a construção de uma ferrovia bioceânica, ligando o Atlântico ao Pacífico. O trecho brasileiro compreenderia a malha entre a cidade de Paranaguá (PR) e Maracaju (MS). Aproveitando tais trilhos a ministra ainda anuncia a licitação, para fevereiro de 2009, da construção do trem-bala que ligará São Paulo, Rio de Janeiro e Campinas. O projeto faz parte do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
As novidades ferroviárias não param por ai. Ainda esta semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve em Contagem(MG) para fazer a entrega da nova locomotiva da empresa GE, primeira de grande porte a ser produzida no Brasil e afirmou que a empresa “marcou um gol extraordinário acreditando no potencial ferroviário brasileiro". Otimista, nosso governante ainda diz que o país poderá tornar-se um dos maiores exportadores mundiais. Mas se salva ao afirmar que para que isso aconteça, “precisamos de meios de transporte mais baratos”.
Toda essa “viagem” destaca a importância do transporte ferroviário e que o Brasil em breve voltará a “andar nos trilhos”. Então, permito-me, como cidadã apaixonada por trens e suas nostálgicas lembranças, questionar quando teremos o prazer de ouvir novamente o apito do trem aqui em nosso Vale do Itajaí. Tendo em vista as recentes notícias dos vagões da economia e da política, provado está que este “senhor de ferro” tem eficácia, segurança, utilidade e é um meio de transporte moderno, de primeiro mundo, com retorno econômico e turístico comprovado em países Europeus. Mais do que isso, a Associação de Preservação e Conservação das Ferrovias em Santa Catarina tem sofrido os percalços do descaso e da falta de consciência histórica por parte de alguns menos apaixonados pelas locomotivas. Então, se provado está que é uma alternativa moderna e econômica interessando comercial e turisticamente, por que não pedir aos governantes catarinenses que recriem os trilhos no caminho já existente e permitam a circulação da centenária “Macuca” (e outras preciosidades) nos embalando no seu doce chacoalhar, para que possamos cheirar a fumaça do passado em presente, renovando nosso turismo tão regado a tantos chopes? E ouvir novamente o chamado... PIUÍIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII!

Fátima Venutti
Autora da obra Terceiro Apito

Cadê o trem que estava aqui?

Amigos,

É com prazer que compartilho um artigo da escritora: Fátima Venutti.
Ela nos apresenta boas novas em relação ao apito do trem que traz notícias interessantes lá de Santa Catarina.

Saulo

Cadê o trem que estava aqui?

Enquanto por um lado propõe-se a instalação do rodízio de carros em Blumenau, a implantação da Ferrovia das Bromélias, entre Rio do Sul e Apiúna, é saudada pelos aficionados por trem (inclua-se esta escritora) de forma efusiva. Como paulistana, experimentei por anos o rodízio existente naquela metrópole, desde a sua implantação e convivi com os vários aspectos positivos (melhora da qualidade do ar e trânsito mais rápido) e negativos (fraudes e adulteração das placas, maior número de veículos antigos e com irregularidade de documentação circulando).
O trem? Ah, somente quem já experimentou o sacolejo do vagão, o som do apito inconfundível ao chegar à estação ou ainda, a visão da luz de uma locomotiva invadindo o espaço e cortando as dormentes é que sabe o valor e gosto de sentir essa nostalgia.
A cidade cresce em ritmo acelerado e perde-se, assim como outras do Vale, na importância do resgate de um dos meios de transportes mais econômicos, nostálgicos e eficazes: o trem. Nesse trilho, o núcleo regional da Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF) trafega na contramão desse crescimento tentando manter o que resta e resgatar dormentes perdidas, tomadas pelo mato e esquecidas pela ambição do progresso.
No contraponto do crescimento demográfico e da evolução da tecnologia nos transportes, como cidadã que necessita transitar com conforto, rapidez e segurança pela cidade pergunto: Cadê o trem que estava aqui?
Talvez a discussão possa ser ainda mais "sacolejada" oportunizando o tema com grupos ambientalistas e ciclistas que lutam incansavelmente por projetos que beneficiam ciclovias. O transporte da “loira” Blumenau merece ser discutido por pessoas que intencionam muito mais do que a rapidez e segurança. Saúde, resgate histórico-cultural e ainda uma boa pitada para o Turismo deixariam a cidade e seus habitantes mais felizes. Piuíiiiiiiiiiiiiiii

Fátima Venutti
Escritora

Rua Curt Hering, 149 – apto 6 – Centro – Blumenau/ SC
Tel: 3035 7267 / 9137 8016
e-mail: venuttiana@hotmail.com