sábado, 25 de outubro de 2008

O trem das onze



A volta do trem da Cantareira
por Tatiana Soledade, da Redação

Exposição lembra linha ferroviária que ligava cidade à capital e tem participação de ex-maquinista guarulhense

Antônio de Castro conduziu o trem por 22 anos

“Os homens vinham e eu não conseguia ligar a máquina. Me vi em apuros, mas de repente bati a mão no controle e destravou. Então consegui fazer funcionar e fingi que um fusível estava com mau contato”. Para o guarulhense Antônio de Castro, “os homens” quer dizer a comitiva do ex-presidente Jânio Quadros, e “a máquina”, o “Trem da Cantareira” do qual foi maquinista por nove anos. Castro recordou algumas histórias ao visitar em companhia da equipe do Novo Diário de Guarulhos a exposição “Nos trilhos do trem das onze”.

O Trem da Cantareira (ou "tramway" da Cantareira, no jargão da época, em inglês) ia até o Centro de São Paulo. Surgiu no final do século 19 e deixou de operar em 1965. Sua história é contada na exposição por meio de diversas fotos, informações, e de um filme que tem o depoimento do ex-maquinista guarulhense.

Aos 80 anos, Castro tem uma lucidez surpreendente e, durante a visita, mostrou-se emocionado e empolgado. Ele ingressou na empresa responsável pelo trem aos 19 anos e, só como maquinista, atuou por 22 anos.

“Onde ficava a estação Torres Tibagy era subida e os moleques jogavam óleo nos trilhos. A molecada gostava de ver o trem 'patinar'. Era preciso acionar o mecanismo que depositava areia no trilho ou então voltar para trás e pegar embalo”, recordou o ex-maquinista.



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